Os hospitais vão, finalmente, decolar para a nuvem em 2023?

O setor de Saúde pode ter diversos benefícios ao aderir à computação em nuvem, mas antes é preciso ultrapassar certas resistências à tecnologia.

A computação em nuvem é uma tendência tecnológica há mais de uma década e o Gartner, neste ano, reforçou sua consolidação prevendo que, até 2027, mais de 50% das empresas utilizarão plataformas de nuvem para melhorar seus negócios.

A opção pela computação em nuvem é consideravelmente mais barata que a tradicional, que demanda servidores físicos presentes no local. Isso ocorre porque a empresa paga somente pelo que utiliza em formato de serviço, sem ter de comprar equipamentos e contratar mão de cobra especializada na gestão do ambiente. Além disso, o modelo cloud permite elasticidade de demanda:

  • Se em alguns meses houver picos de uso, basta ampliar a contratação;
  • Quando há redução, basta diminuir.

Caso optasse por construir sua própria infraestrutura, a organização teria de dimensionar servidores e pessoal para atender aos picos de demanda, ficando com capacidade ociosa boa parte do tempo. 

Apesar dos benefícios do modelo, a lenta adesão da área da saúde à computação em nuvem é uma questão bastante discutida, A tradicional aversão aos riscos, tão característica do setor, pode estar por trás da resistência em abraçar a tecnologia. Para entender um pouco mais sobre essa imersão da Saúde no universo Cloud e ter uma ideia de como essa transição pode ser feita, conversamos com Luiz Miguel Lopes, Diretor de Sistemas e Serviços da Green Paperless: 

 

Quais são as razões que parecem ter travado as organizações de Saúde no caminho da transição para a nuvem? 

Os cuidados médicos e as mudanças nunca param nas instituições da saúde, onde sua transformação é constante. Tradicionalmente, as organizações do setor tinham uma certa reserva ao armazenamento de dados em nuvem devido ao controle que os administradores de TI têm sobre os data centers físicos. 

Mas isso vem, gradualmente, mudando. Após a crise sanitária global que vivemos, somada às mudanças nas expectativas dos pacientes, a demanda por tecnologia foi direcionada não somente para o aumento de eficiência e redução de desperdício, mas também para garantir a segurança dos seus dados. Esse cenário tem se mostrado propício à implementação da computação em nuvem em sua infraestrutura de TI combinando custos de manutenção reduzidos e conformidade com diversos requisitos ligados à saúde. 

 

A nuvem parece ser um caminho obrigatório para os próximos anos em todos os setores. Na sua opinião quais serão os maiores desafios para os prestadores de serviços de Saúde na implementação da computação em nuvem? 

Os critérios principais para a decisão de utilizar ambientes em nuvem são: 

  • Abusca por maior eficiência nos processos e, ao mesmo tempo, tendo de atender várias demandas críticas de TI;
  • Principalmente questões de segurança;
  • Proteção de dados sensíveis;
  • Conformidade normativa da legislação.

O principal desafio dos fornecedores deste tipo de serviço está no fornecimento de informações confiáveis capazes de ajudar na tomada de decisão para a aquisição destes insumos tecnológicos. O ambiente da saúde demanda integração total, o provedor precisa disponibilizar soluções para que a instituição adéque sua estrutura de modo que a informação gerada entre seus setores flua da maneira mais correta, com mais agilidade e menor possibilidade de erro. 

 

As preocupações com a segurança da nuvem são legítimas? Como é possível garantir que as informações sensíveis estão seguras na nuvem? 

É fundamental para uma instituição de saúde, que gera um volume enorme de dados, ter um sistema confiável. O modelo tradicional, utilizando data centers próprios, é quase regra geral, mas é muito mais vulnerável do que a computação em nuvem. 

A adesão ao serviço de nuvem garante que os dados estarão protegidos e somente poderão ser acessados por pessoal autorizado. Outra vantagem é a integridade dos conteúdos, já que a computação em nuvem tem um sistema de segurança muito mais eficiente, garantindo que os dados não serão violados ou alterados, o que é essencial no setor de Saúde. 

Outra questão importante é a proteção dos dados de ataques virtuais e incidentes físicos, como incêndios e inundações, visto que os arquivos ficam em diversos servidores. Na eventualidade de uma falha de segurança, o modelo detecta o problema e consegue corrigi-lo, atualizando instantaneamente o sistema para os usuários. 

 

Vamos ver mais a computação em nuvem implementada pelos hospitais em 2023?  

Estamos num momento certo para as instituições de saúde passem a utilizar a tecnologia de nuvem: a combinação perfeita entre a necessidade e oportunidade. O setor precisa responder às mudanças que estão ocorrendo, e as tecnologias viabilizadas pela nuvem são o caminho para isso. A oportunidade é indiscutível. Os custos da nuvem diminuíram, sua funcionalidade se expandiu, os controles de segurança são avançados e os provedores de serviços de nuvem estão maduros para contribuir na aceleração da transformação.

 

Como os requisitos de infraestrutura mudarão à medida que mais hospitais adotarem a computação em nuvem? 

O ambiente em nuvem disponibiliza o backup dos dados médicos em tempo real, dispensando, também, os gastos com impressoras, tinta e papéis. Não existe, por exemplo, a necessidade de imprimir o prontuário do paciente, que pode ser acessado digitalmente. Além disso, a tecnologia permite a integração das informações de um paciente — tais como tratamentos, resultados clínicos e mais — em um único sistema.

A utilização de um ambiente flexível e completamente escalável, abandona as preocupações operacionais, sustentação e investimentos em hardware, transferindo o foco para a utilização de novas tecnologias. 

A utilização da inteligência artificial (IA) coloca à disposição do profissional de saúde uma preciosa fonte de informações que permite a análise e o cruzamento de dados. Pode-se descobrir novas condições clínicas, obter diagnósticos mais precisos, métodos de prevenção e tratamento de doenças. É a demonstração de como a tecnologia pode ser uma aliada para a melhoria do cuidado.

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