Como soluções paperless podem ajudar instituições filantrópicas
A digitalização é uma ferramenta acessível para que as instituições filantrópicas possam continuar transformando vidas com mais estrutura, segurança e transparência.

A rotina administrativa de instituições filantrópicas é, em muitos casos, marcada pela dependência do papel e diversos protocolos processuais burocráticos e obsoletos. Arquivos físicos, documentos impressos, formulários manuais e pastas ocupam salas inteiras. Essa realidade, no entanto, representa um risco: a perda de documentos, a dificuldade de controle de informações e o desperdício de espaços que poderiam ser usados para atividades mais relevantes da instituição, como a criação de novos leitos.
Em um cenário no qual a eficiência, a transparência e a segurança são valorizadas, soluções paperless (ou seja, a eliminação de papel) surgem como uma alternativa estratégica e necessária para as instituições filantrópicas que desejam otimizar recursos, melhorar a governança e se adequar às exigências legais e sociais da contemporaneidade.
A realidade atual das instituições filantrópicas
De acordo com dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Brasil conta com mais de 820 mil organizações da sociedade civil. Dessas, uma parte significativa são instituições filantrópicas que prestam serviços essenciais nas áreas da saúde, educação e assistência social. No entanto, a maioria dessas instituições ainda opera com estruturas administrativas analógicas e processos burocráticos que dificultam a eficiência.
A dependência de papel traz custos invisíveis. Além do uso constante de insumos (papel, tinta, impressoras, armários), há a necessidade de manter espaços físicos apenas para armazenamento. Salas de arquivo ocupam metros quadrados preciosos que poderiam estar dedicados ao atendimento de pessoas, à capacitação de profissionais ou a projetos de impacto social.
Mais do que isso, a gestão documental em papel dificulta a organização, a localização e a segurança das informações. Em caso de extravio, umidade e mofo, incêndios ou até falhas humanas, dados importantes podem ser perdidos.
Os riscos da falta de digitalização nas instituições filantrópicas
Para uma instituição filantrópica, perder documentos não significa apenas enfrentar um problema interno. Pode significar o atraso no recebimento de verbas públicas, a impossibilidade de prestar contas de projetos financiados, a fragilidade em processos de auditoria e o enfraquecimento da transparência perante doadores e a sociedade.
Um levantamento da AIIM (Association for Intelligent Information Management) apontou que empresas que adotam soluções paperless reduzem em até 80% os riscos de perda de documentos e melhoram significativamente o acesso e controle sobre as informações. No universo das instituições filantrópicas, isso significa maior agilidade nos processos, melhor gestão de doações e subsídios, e mais segurança em auditorias e fiscalizações.
Além disso, a digitalização facilita a rastreabilidade dos dados — um ponto cada vez mais importante em tempos de LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados. Dados de voluntários, beneficiários, doadores e parceiros precisam estar seguros, bem organizados e disponíveis sob demanda, o que é praticamente impossível em um sistema baseado apenas em papel.
Soluções paperless: o que são e como funcionam?
As soluções paperless consistem em tecnologias e metodologias voltadas para eliminar o uso do papel nos processos internos. Na prática, isso envolve:
- Digitalização de documentos físicos (escaneamento e armazenamento em nuvem);
- Implantação de sistemas de gestão documental;
- Automatização de fluxos de trabalho (como aprovações, cadastros e relatórios);
- Assinatura eletrônica e digital com validade jurídica;
- Criação de portais internos para acesso rápido e seguro a informações;
- Prontuários eletrônicos de pacientes, para o caso de instituições de saúde.
Para as instituições filantrópicas, isso significa transformar a maneira como contratos, comprovantes, relatórios e correspondências são produzidos, acessados e armazenados. Além de economizar espaço físico, essa transformação traz uma nova cultura organizacional baseada em agilidade, sustentabilidade e controle.
Vantagens práticas da digitalização para instituições filantrópicas
A adoção de soluções paperless traz uma série de benefícios concretos:
1. Mais espaço para o que importa
Ambientes antes destinados a arquivos físicos podem ser reaproveitados para fins mais nobres — como salas de atendimento, áreas de convivência, salas de reunião, espaços de capacitação ou até mesmo unidades operacionais. Cada metro quadrado economizado pode ser revertido em benefício direto aos projetos estratégicos da instituição.
2. Segurança da informação
Soluções digitais oferecem mecanismos de criptografia, backup automático e controle de acesso. Isso garante que apenas pessoas autorizadas possam acessar informações sensíveis, reduzindo os riscos de vazamentos, fraudes ou perdas.
3. Melhoria na prestação de contas
Instituições filantrópicas que lidam com recursos públicos ou com grandes doadores precisam comprovar a aplicação dos recursos. Com sistemas digitais, é possível acessar comprovantes, relatórios e documentos de maneira rápida e organizada, fortalecendo a transparência e a credibilidade institucional.
4. Redução de custos operacionais
Além de reduzir o uso de papel, tinta e equipamentos de impressão, a digitalização diminui o tempo gasto com tarefas manuais e repetitivas. Processos como arquivamento, busca de documentos e preenchimento de formulários se tornam mais simples e automáticos.
5. Sustentabilidade e imagem institucional
Ao eliminar o uso excessivo de papel, a organização também contribui com o meio ambiente — o que pode fortalecer sua imagem pública, atrair novos apoiadores e se alinhar aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Como implementar soluções paperless em instituições filantrópicas
A digitalização de uma instituição filantrópica não precisa ser feita de uma só vez, nem exige grandes investimentos iniciais. O processo pode ser gradual e adaptado à realidade de cada organização. Algumas etapas recomendadas incluem:
- Mapear os processos e documentos mais utilizados;
- Selecionar uma plataforma de gestão documental confiável;
- Capacitar a equipe sobre o novo modelo de trabalho;
- Digitalizar arquivos prioritários e estruturar pastas digitais;
- Revisar a política de segurança da informação;
- Criar uma cultura digital interna e promover boas práticas.
Hoje, o mercado oferece diversas soluções voltadas especialmente para o terceiro setor. Algumas inclusive oferecem apoio solidário para instituições filantrópicas, justamente por entenderem a importância do trabalho dessas organizações e os desafios que enfrentam.
O digital como aliado das causas sociais
A digitalização não é uma tendência apenas para grandes empresas ou corporações de tecnologia. Pelo contrário: é uma ferramenta acessível para que as instituições filantrópicas possam continuar transformando vidas com mais estrutura, segurança e transparência.
Ao adotar soluções paperless, essas organizações otimizam seus processos e mostram ao mundo que estão preparadas para os desafios do futuro — sem perder de vista seu propósito social.

