Os desafios da jornada do paciente: obstáculos e caminhos para a eficiência no atendimento hospitalar
A burocracia excessiva, a demora no atendimento, a comunicação deficiente e a fragmentação dos processos são entraves que exigem a atenção dos gestores hospitalares.

A jornada do paciente dentro do sistema de saúde brasileiro ainda é repleta de entraves que comprometem não apenas a experiência do indivíduo, mas também a eficiência operacional das instituições hospitalares.
Da burocracia excessiva à fragmentação dos processos, passando pela demora no atendimento e pela comunicação ineficiente, os desafios se acumulam e revelam a necessidade urgente de reformulação.
Para gestores hospitalares, compreender esses gargalos e adotar estratégias para minimizá-los melhora a qualidade do serviço prestado e otimiza os recursos institucionais, fortalecendo a reputação das unidades de saúde.
Neste artigo, exploramos os principais problemas enfrentados na jornada do paciente e discutimos soluções viáveis que podem transformar o atendimento hospitalar.
Burocracia excessiva: um entrave que afasta o paciente
O excesso de burocracia na jornada do paciente é um dos principais fatores de insatisfação e desistência no acesso aos serviços de saúde. O preenchimento de formulários extensos, a exigência de múltiplos documentos e a falta de padronização nos processos administrativos criam um cenário de morosidade que afeta tanto o usuário quanto os profissionais envolvidos.
Muitas vezes, pacientes em situação de vulnerabilidade enfrentam dificuldades para reunir a documentação exigida, atrasando o início do tratamento ou até mesmo impedindo que ele aconteça. Além disso, a duplicidade de exigências faz com que informações já fornecidas precisem ser repetidas em diferentes etapas, sobrecarregando as equipes e tornando o fluxo de trabalho menos produtivo.
A digitalização dos processos surge como uma das soluções mais eficazes para resolver esse problema. Sistemas integrados de gestão permitem o armazenamento e a atualização automática dos dados do paciente, evitando a necessidade de preenchimento repetitivo de informações e reduzindo o risco de erros administrativos.
Além disso, a implementação de assinaturas digitais e a eliminação progressiva do uso de papel garantem maior agilidade e segurança nas operações. Um estudo publicado pelo Journal of Medical Systems aponta que hospitais que adotaram sistemas eletrônicos de prontuário conseguiram reduzir o tempo de registro em até 50%, demonstrando que a tecnologia é um caminho promissor para eliminar a burocracia desnecessária na jornada do paciente.
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A espera como fator de desgaste físico e emocional
A demora no atendimento é uma queixa recorrente entre pacientes, e seus impactos vão muito além da simples impaciência. O tempo prolongado em salas de espera pode agravar o quadro clínico do paciente, intensificar a angústia de familiares e gerar um efeito cascata sobre a eficiência do hospital.
Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revelou que 72% dos pacientes brasileiros consideram a espera por atendimento um dos maiores desafios dentro dos hospitais e clínicas. Essa insatisfação, além de prejudicar a experiência do usuário, contribui para a sobrecarga de outros setores, como o pronto-atendimento, que acaba recebendo pacientes que poderiam ter sido tratados em consultas regulares, mas que recorrem às emergências para evitar longas filas.
Para reduzir esse problema, hospitais têm investido em soluções como a triagem inteligente, que permite classificar os pacientes de acordo com a gravidade de seus quadros, priorizando aqueles em condições mais urgentes. Além disso, a telemedicina tem se mostrado uma aliada poderosa na otimização dos atendimentos, oferecendo consultas rápidas para casos menos complexos e evitando deslocamentos desnecessários.
A experiência de hospitais europeus, como o NHS no Reino Unido, demonstra que a adoção de plataformas de teleconsulta reduziu em 30% a demanda por atendimentos presenciais, desafogando as unidades físicas e melhorando a jornada do paciente.
Comunicação ineficiente: o impacto da falta de clareza na jornada do paciente
A comunicação entre pacientes e profissionais de saúde é um dos pilares para um atendimento eficiente, mas, muitas vezes, é negligenciada. A falta de informações claras sobre diagnósticos, procedimentos e tempo de tratamento pode gerar insegurança e baixa adesão às recomendações médicas.
Pacientes frequentemente saem de consultas sem compreender plenamente as orientações recebidas, o que pode comprometer a continuidade do tratamento e levar a complicações futuras. O problema se agrava em unidades com alta rotatividade de profissionais, onde o paciente precisa repetir seu histórico clínico diversas vezes, aumentando as chances de erro e perda de informações essenciais.
Uma abordagem mais estruturada da comunicação hospitalar pode minimizar esses riscos. Treinamentos específicos para equipes médicas sobre técnicas de comunicação empática, o uso de materiais educativos acessíveis e a adoção de plataformas digitais para o acompanhamento dos pacientes são algumas das soluções que já demonstraram resultados positivos.
No Brasil, é preciso também levar em consideração a baixa escolaridade e dificuldade de uso de aplicativos, para criar soluções personalizadas para cada caso.
Um estudo da Harvard Medical School mostrou que hospitais que investiram na capacitação de seus profissionais para melhorar a interação com os pacientes tiveram uma redução de 25% nos casos de não adesão ao tratamento, reforçando a importância de um diálogo eficaz ao longo da jornada do paciente.
Na jornada do paciente setores têm que estar integrados
A falta de integração entre diferentes setores dentro dos hospitais gera um efeito dominó de ineficiência. Pacientes frequentemente precisam repetir exames porque os resultados não são compartilhados entre departamentos e informações médicas se perdem na transição entre unidades. Esse cenário não apenas prolonga a jornada do paciente, mas também aumenta os custos hospitalares, gerando desperdício de recursos e reduzindo a capacidade de atendimento da instituição.
A solução para esse desafio passa pelo investimento em sistemas de gestão integrados que permitam o compartilhamento instantâneo de informações entre diferentes setores. Tecnologias como o prontuário eletrônico interligado já são realidade em diversas instituições de referência, permitindo que médicos, enfermeiros e demais profissionais acessem em tempo real o histórico do paciente, reduzindo a redundância de procedimentos e aumentando a segurança no tratamento.
Um relatório da consultoria McKinsey aponta que hospitais que adotaram sistemas totalmente integrados reduziram em até 40% os erros médicos relacionados à falta de informações, evidenciando que a digitalização da jornada do paciente não é apenas uma questão de conveniência, mas de segurança.
Considerações finais
A jornada do paciente dentro dos hospitais ainda enfrenta desafios significativos que comprometem a qualidade do atendimento e a eficiência operacional das instituições de saúde. A burocracia excessiva, a demora no atendimento, a comunicação deficiente e a fragmentação dos processos são entraves que exigem a atenção dos gestores hospitalares.
No entanto, soluções já disponíveis no mercado – como a digitalização dos processos, a triagem inteligente, a telemedicina e a integração de sistemas – mostram que é possível reverter esse cenário e transformar a jornada do paciente. Investir em inovação e aprimoramento contínuo não apenas melhora a satisfação dos usuários, mas também fortalece a sustentabilidade dos hospitais a longo prazo, garantindo um atendimento mais ágil, seguro e eficaz para todos.

