Quais as prioridades de um hospital paperless?

Cada vez mais, a interoperabilidade entre diferentes instituições se mostra fundamental. Mas, antes disso, as organizações de Saúde precisam pensar na integração sistêmica completa de seus departamentos

O sistema de Saúde é uma das indústrias mais complexas do mundo, pois envolve uma ampla gama de instituições e profissionais, todos com diferentes necessidades – e com altas demandas. Por isso, não à toa, têm-se falado muito sobre interoperabilidade ultimamente. Ela é um elemento importante da Saúde, especialmente quando se trata de acesso de pacientes e compartilhamento de dados. Afinal, a digitalização – e a consequente e necessária eliminação do papel nos processos – também estão em ascensão no setor. 

Contudo, antes de pensar em como diferentes instituições podem compartilhar dados sem obstáculos, é preciso ter certeza de que todas elas estejam na mesma página internamente. Ou seja, não se trata apenas de interoperabilidade entre diferentes instituições, mas também de garantir que cada departamento dentro de uma instituição utilize o mesmo conjunto de ferramentas.  

“A integração de sistemas é importante para diferentes tipos de organizações e na área da Saúde não é diferente. Ela ajuda a criar rotinas mais inteligentes, com comunicação eficiente entre as diversas áreas, definição de estratégias conjuntas e otimização e simplificação de processos operacionais”, Luiz Miguel Lopes, Diretor de Sistemas e Serviços da Green Soluções. 

Além de melhorar a performance do negócio, a integração traz redução de custos com a criação de fluxos; melhora do desempenho, uma vez que as operações passam a ser realizadas com mais precisão; redução nos erros e na execução de tarefas em duplicidade. 

Falta de comunicação gera problemas 

Quando a integração de sistemas não é feita de forma apropriada, pode haver algumas consequências inesperadas. Segundo Luiz Miguel Lopes, empresas que não fazem a integração de seus sistemas correm o risco de encontrar falhas com mais frequência, além de obterem resultados aquém do esperado. A falta de comunicação entre soluções/ aplicações também pode gerar informações erradas, com o risco de resultar na tomada de decisões equivocadas.  

“Quando o processo não é integrado, as informações podem ser enviadas de maneira inconsistente, incompleta ou errada, inclusive com a possibilidade de manipulação de dados. E a falta de dados consistentes vai impactar de forma direta o desempenho do negócio. Quando uma informação não chega a quem precisa, no prazo adequado, a empresa pode deixar de fazer entregas, ter processos mais lentos ou investir recursos em processos que já foram realizados”, esclarece Luiz Miguel

A falta de integração, ainda, traz investimentos pouco ou nada estratégicos dos recursos, impactando as finanças pela falta de alinhamento entre as áreas. “Isso sem falar no comprometimento da qualidade final dos produtos e a insatisfação dos clientes internos e externos”, avalia o diretor. 

E mais: o uso de softwares diferentes pode dificultar a padronização de processos. A demanda por manutenção é constante, sendo necessário ter um time dedicado no acompanhamento das integrações de forma permanente. Além disso, é importante mencionar que o sistema pode parar de funcionar. 

O caminho das pedras 

Mas por onde começar? E o que pode ser integrado? Segundo Luiz Miguel, com a integração de TI, é possível, por exemplo, realizar a comunicação entre um sistema que faz controle de estoque com um software de gestão financeira, permitindo o controle pecuniário de tudo o que entra e sai da empresa, com apenas uma entrada de dados. “O ideal é que os processos se integrem de forma nativa, fazendo com que todas as operações, quando executadas, gerem informações para a próxima etapa do processo”, conta. 

Outro exemplo dentro de uma assistência médica: quando o paciente é atendido na recepção, seus dados são coletados e a autorização do atendimento pela operadora de plano de saúde é feita de forma automática, garantindo eficiência e rapidez. 

“A melhor maneira de abordar a integração do sistema dentro de uma instituição de Saúde é contar com um software único, com soluções integradas de forma nativa. Assim, a integração e troca de informações acontece de forma ágil e em um ambiente mais seguro”, indica Luiz Miguel. 

O papel da TI 

É comum a presença de vários - por vezes dezenas - de sistemas em uma mesma instituição. E essa miríade aumenta a complexidade e tende a comprometer a eficácia e eficiência das operações.  

“É fundamental contar com o apoio de um time que tenha  conhecimento de mercado das melhores práticas de TI, com vivência na realização de integração entre ferramentas. Ao analisar as soluções que o negócio utiliza, eles podem sugerir o melhor caminho, pensando em custo-benefício, performance e segurança”, finaliza Luiz Miguel Lopes

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