Como implementar ESG na sua empresa?

Confira a entrevista com Fábio E. C. Arruda, Coordenador de Projetos na Green e responsável pelo projeto de ESG na empresa para entender tudo sobre o tema.

como implementar ESG

Nos últimos anos, a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) tem ganhado relevância no mercado, tornando-se um diferencial competitivo para empresas que buscam mais sustentabilidade e governança corporativa. Para entender melhor como iniciar essa jornada e o que envolve a certificação ESG, conversamos com Fábio E. C. Arruda, Coordenador de Projetos na Green e responsável pelo projeto de ESG na empresa. Confira a entrevista abaixo.

 

O que é o selo ESG e como ele funciona?

Fábio Arruda: Para começar, é preciso entender que não existe um selo ESG oficial concedido pelo governo, então, para garantir que o ESG seja implantado foi necessário que algumas empresas privadas que já trabalham com certificações desenvolvessem metodologias próprias para oferecer essa certificação. Basicamente, dentro das três verticais do ESG (ambiental, social e governança), existem preceitos bem definidos que as organizações devem cumprir para obter o selo.

Mas o importante é que o selo ESG comprova que há ações, processos e documentações aderentes às boas práticas dentro das instituições. Uma entidade externa realiza auditorias para verificar o cumprimento dos critérios e, com isso, emite a certificação. Algumas certificadoras oferecem graduações como prata, ouro e diamante, enquanto outras utilizam um modelo fixo sem graduação, mas qualquer consultoria, independente do formato do selo, tem como base a avaliação do número de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) atingidos.

 

Como uma empresa pode começar a pensar em ESG?

Fábio Arruda: O primeiro passo é internalizar a cultura ESG na organização. Isso pode começar com a criação de um comitê de sustentabilidade, que irá liderar ações como levantamento interno para identificar práticas já existentes e a consequente contratação de uma consultoria especializada, que ajudará a mapear evidências e indicar melhorias.

Cada uma das verticais tem aspectos específicos a serem observados:

  • Governança: ter políticas claras, como um código de ética e anticorrupção, além de relatórios de desempenho e satisfação do cliente, que demonstram transparência e gestão ativa.
  • Social: capacitação interna, oferta de cursos para colaboradores e comunidades, programas de inclusão como jovem aprendiz, e ações de impacto social no entorno da empresa.
  • Ambiental: uso de energia renovável, redução de resíduos e digitalização de processos para diminuir o consumo de papel e insumos.

Com esse diagnóstico, a empresa pode definir suas prioridades - quando relacionado ao ESG, chamamos essa priorização de Materialidade - e estruturar um plano de ação para atender aos critérios exigidos pelas certificadoras. Para esse plano de ação, o comitê de sustentabilidade será o grupo que vai liderar as ações relacionadas.

 

Para empresas que ainda não possuem práticas ESG, por onde começar?

Fábio Arruda: Após a constituição do comitê de sustentabilidade, o caminho mais eficiente é contratar uma consultoria especializada para capacitar os gestores e estruturar os temas relacionados ao ESG. Existem consultorias que oferecem pacotes pré-formatados para diferentes perfis de empresas, facilitando o processo de adequação. A consultoria pode ajudar também a mapear a Materialidade ESG da empresa, que é o levantamento e priorização dos temas mais relevantes relacionados à sustentabilidade de acordo com o negócio da empresa. 

É importante entender que o selo ESG é uma consequência. O foco deve estar na transformação da empresa, criando uma cultura sustentável e responsável, e não apenas na certificação em si.

 

É necessário fazer revisões após a certificação?

Fábio Arruda: Sim, as certificações ESG exigem revisões periódicas. O processo normalmente ocorre anualmente, e a consultoria contratada auxilia na evolução contínua da empresa em relação aos 17 ODS da ONU. Por exemplo, se um dos objetivos é igualdade de gênero, a empresa será avaliada para verificar se suas práticas já são suficientes para atender a esse critério. Caso contrário, serão recomendadas novas ações para fortalecer essa frente.

Cada ODS tem critérios específicos, que podem variar em sua abordagem conforme a certificadora escolhida. A reavaliação anual permite ajustes e a conquista da certificação ao ano corrente, e a evolução em temas de sustentabilidade ao longo do tempo.

 

Como dar entrada na certificação ESG?

Fábio Arruda: o primeiro passo é formar o comitê de sustentabilidade dentro da organização para estruturar a jornada ESG dentro da empresa. A contratação de uma consultoria é essencial para alinhar estratégias, organizar a documentação necessária e ao final do processo de acompanhamento, ocorrer o decorrente atingimento de uma ou mais ODS.

Esse processo, que pode levar entre quatro e seis meses, envolve reuniões de alinhamento, levantamento de evidências e implementação de melhorias. No final da jornada, a consultoria indicará quantos ODS foram atendidos e quais certificações podem ser obtidas, a depender se a consultoria trabalha com certificações com níveis diferentes.

 

Qual o impacto do selo ESG no mercado?

Fábio Arruda: além de sinalizar ao mercado que a empresa tem um compromisso real com boas práticas ambientais, sociais e de governança, a certificação ESG também influencia a cadeia de fornecedores. Empresas certificadas acabam exigindo que seus parceiros também tenham boas práticas, o que fortalece toda a rede de negócios.

No setor financeiro, essa certificação pode impactar a atratividade da empresa para investidores. Na Bolsa de Valores, por exemplo, existem índices específicos para empresas que adotam práticas sustentáveis, o que pode ampliar as oportunidades de captação de recursos. Existem também diversos fundos de investimentos que só alocam capital para empresas com comprovada operação sustentável.

 

Como a Green apoia empresas na jornada ESG?

Fábio Arruda: a Green passou pela sua primeira rodada de certificação no ano passado, conquistando 7 ODS. Nossa meta é aumentar esse número, chegando a 12 ODS em 2025.

Já as nossas soluções apoiam as demais empresas em dois pilares principais:

  • Governança: nossas soluções ajudam a estruturar a gestão documental, garantindo mais controle sobre processos e conformidade regulatória.
  • Ambiental: facilitamos a digitalização de documentos, reduzindo o consumo de papel, tonner, eletricidade e outros insumos, promovendo uma operação mais sustentável.
  • Social:  um atendimento mais rápido e preciso através de nossas soluções impacta na sociedade. Quanto menor tempo despendido no processo burocrático hospitalar, maior o tempo livre para as pessoas.

Além disso, como fornecedores, buscamos sempre fortalecer a rede de relacionamento, incentivando nossos clientes e parceiros a adotarem práticas ESG.

A adoção de práticas ESG vai muito além da obtenção de um selo. Trata-se de uma transformação cultural que impacta toda a cadeia de valor de uma empresa. Independentemente do porte ou setor de atuação, é possível começar essa jornada com pequenas ações, que, quando bem estruturadas, trazem benefícios concretos para a organização, a sociedade e o meio ambiente.

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